Nem todos os olhos nos dizem tudo de mão beijada. Por mim, gosto dos quase indecifráveis, quase impossíveis de ler. Dos pausados, dos que parecem pestanejar em câmara lenta, dos que nos deixam em suspenso sem saber se aquele olhar quer dizer sim, não, talvez ou nem por isso. Gosto dos olhos que nos obrigam a espreitar lá para dentro e nos deixam sem fôlego. Até falarem. É como os sorrisos. Os mais fáceis são simpáticos. Aqueles que estão sempre lá desenhados. Mas eu fico presa nos que explodem nas bocas sizudas, assim sem mais nem menos. Esses são muito mais reconfortantes, quentes. E por falar em quentes, lembrei-me das mãos. As minhas estão sempre frias e gesticulam para lá e para cá. Imagino que não é fácil aos outros tentar observá-las. Eu gosto de ver umas mãos quietas por uns momentos. Gosto, por exemplo, de ver uma mão a segurar um queixo, não para poder ler-lhe as linhas, porque não sei, mas para poder olhá-la. Hoje deu-me para isto. Na volta amanhã falo de pés... ou de qualquer outra parte do corpo.
10/03/09
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6 comentários:
Andas metida com ciganas?
Um texto de dentro para fora, com vista de fora para dentro...
:)
Bonito texto. Gostei. Venha de lá o texto sobre pés ou qualquer outra parte do corpo...
Kiss com saudades da tua visita.
Poucas ou nenhumas há,expressões silenciosas tão fortes como estas.Cheguei aqui de pantufas,mas acho que também vou andar de bicos de pés,de vez em quando...
Falas bem, por isso fala do que quiseres e sempre que quiseres. Tens escrito pouco...
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Un cordial saludo.....
Paz y honor
pacobailacoach.blogspot.com
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