31/03/08

Feche os olhos. Descontraia. Inspire e expire, calmamente. Relaxe os braços, relaxe as pernas, relaxe todo o corpo. Imagine que está num local tranquilo, numa praia deserta. Vizualize a água azul, sinta a areia na sua mão, imagine o sol a aquecer-lhe todos os poros do corpo… Então, acham que tenho jeito para isto? Ou seja, acham que a minha voz teria o poder de levá-los a essa tal praia paradisíaca, assim num abrir e fechar de olhos? Neste caso, seria mais num fechar de olhos. Comigo, digo-vos, a coisa funciona na perfeição e este fim-de-semana descobri porquê. A julgar pelo que disse este senhor, numa breve palestra sobre hipnose, parece que é porque tenho uma enorme capacidade de visualização. Para dizer a verdade, sempre senti uma certa curiosidade sobre o tema (a hipnose). Quer dizer, não me sentia curiosa ao ponto de experimentar, até porque quando entrei no pequeno auditório da Feira Alternativa de Lisboa, ia a pensar para comigo “não vou ficar firme e hirta, aconteça o que acontecer”. Apesar de acreditar no método como forma de tratamento (nos últimos tempos li qualquer coisa sobre o efeito da hipnose em pessoas que querem largar o vício do tabaco, por exemplo) sempre disse “a mim é que não me apanham”. Primeiro, porque sempre achei que fechar os olhos e responder às ordens de um desconhecido não é para mim (se não obedeço às ordens nem dos conhecidos…), depois porque sempre que mostram alguém nesse transe hipnótico, esse alguém faz quase sempre figuras ridículas. Por último, porque pensava que havia a possibilidade de não se sair daquele estado (ficar relaxadamente a dormir para sempre? Hmm, não, obrigada!). Adivinhando o que me ia no pensamento, o especialista fez questão de explicar tudo muito bem explicadinho. Ponto um, mesmo estando em estado de hipnose, diz ele que ninguém perde o controlo sobre si próprio, isto é, estamos sempre conscientes e não vamos fazer coisas disparatadas (como apertar o pescoço à parva da vizinha de cima sob a ordem de uma voz). Ponto dois, as estranhas reacções corporais que possamos ter (esbracejar, por exemplo), estão relacionadas com o nosso relaxamento profundo, que poderá provocar alguns espasmos (será isto? Espasmos? Acho que foi o que ouvi). Ponto três, todos nós despertamos do estado hipnótico. O que acontece é que algumas pessoas sentem-se tão confortáveis e relaxadas que lhes apetece ficar “um bocadinho mais a descansar”, explicou ele. Posto isto, vamos experimentar? Feche os olhos. Descontraia. Inspire e expire, calmamente. Relaxe os braços, relaxe as pernas, relaxe todo o corpo. Imagine que está num local tranquilo, numa praia deserta. Vizualize a água azul, sinta a areia na sua mão, imagine o sol a aquecer-lhe todos os poros do corpo…

8 comentários:

Rui disse...

Olha que resulta. Tens mesmo uma voz magnífica para essas coisas. Esqueceste-te foi de estalar os dedos no final. Corres o risco de deixar os teus leitores em estado hipnótico constante, a olhar fixamente para o monitor.

Em Bicos de Pés disse...

Click! Podes despertar, Rui.

André disse...

Esse gajo não terá também já passado pela Assembleia da Republica a fazer umas hipnoses de relaxamento...!? É que deve de se ter esquecido de mandar o pessoal despertar.

Maria Manuela disse...

Também tu pá ????

Já não me bastava o hipnotizador cá do Bairro a andar de volta de mim e da minha "Aurea" (acho que é assim que se diz). Ele pelo menos passa a vida a gabar-me a áurea e a pedir para me hipnotizar.... e agora também tu ???


Ai a minha vida !!!
BJ

Rei da Lã disse...

Andas a treinar para a IURD?

JPinto disse...

Ainda vais fazer concorrência ao Alexandrino! hehehe

Carimbo Azul

SC disse...

Também lá passei, no domingo, mas andei mais nos produtos biológicos e do comércio justo. Gostei, nunca tinha lá ido!

Violeto disse...

Olha flor, eu tentei mas o patrão botou-se a olhar para mim com olhos de carneiro mal morto. Ele é que parecia hipnótizado...